O CNE, Conselho Nacional de Educação, na sua publicação do “Estado da Educação 2017”, divulgado esta quarta-feira, confirma os piores receios e preocupações que a APEFA, Associação Portuguesa de Educação de Adultos, desde 20111, vem alertando a sociedade portuguesa e as entidades competentes com responsabilidade técnica e política no campo da educação de adultos.

Efetivamente, aos “2,5 milhões de portugueses que têm no máximo o 1.º ciclo do ensino básico”,acresce o mais de meio milhão de portugueses que não detêm qualquer nível de escolaridade e não sabem ler nem escrever e para os quais, desde 2010 e ainda hoje, continua a não existir uma resposta formal. Perante este vazio, formal e legislativo, a APEFA iniciou este ano, a execução de três projeto-piloto, validados pela Secretaria de Estado da Educação, integrados na iniciativa “Percursos de Cidadania Alfabetização Solidária e Literacias” a decorrer em três contextos geográficos e demográficos diferenciados, experiencia que, a resultar, poderá ser replicada em todo o território português para efetiva resposta educativa e formativa aos adultos maiores de 18 anos, de todas as idades e em todas as geografias.

A APEFA manifesta, ainda, a profunda preocupação pelo baixo valor percentual de participação de Portugueses em formação ao longo da vida, muito distante das metas de 20% predefinidas para 2020 e pela reduzida e desajustada oferta de cursos de Competências Básicas disponíveis no território, consequência visível das sucessivas alternâncias politicoideológicas intermitentes dos sucessivos governos durante estas quatro décadas de período democrático.

APEFA, 22/11/2018